Engana-se
quem pensa que somente os humanos sofrem com doenças infecciosas que circulam
por todo o globo. Nós, humanos, ainda contamos com importantes vantagens: para
muitas das doenças humanas podemos garantir nossa imunização através de vacinas,
ou ainda ter um atendimento médico especializado, ao contrário dos animais
silvestres. Um exemplo disso está entre os anfíbios. Mais de 200 espécies de anfíbios,
entre sapos, rãs e salamandras, já foram extintas, e outras tantas espécies da
mesma classe, estão passando por uma diminuição exponencial da sua população por
conta de um fungo conhecido como quitrídio. Para entender a dispersão da doença,
os pesquisadores realizaram um estudo genético que mostra que o controle dela
pode estar em nossas mãos!
O
responsável pelo grande declínio na população de anfíbios é o gênero fúngico Batrachochytrium, apelidado de
Bd. Ele ataca a pele dos animais, compromete a saúde deles e pode levar à morte
por conta de uma parada cardíaca. Para entender o surgimento deste fungo que
vem dizimando as populações de anfíbios, pesquisadores reuniram dados genéticos
e de laboratórios de aproximadamente 35 instituições de pesquisa de todo o
mundo. Da análise, foram encontradas 4 linhagens principais do fungo que
revelaram o seu surgimento entre 50 e 120 anos atrás. As análises antigas mostram
que os sapos infectados pelos fungos foram registrados em locais bastantes distantes
uns dos outros para que eles tivessem “saltado” sozinhos e disseminado as
doenças. Curiosamente, a maioria das espécies infectadas eram pequenos anfíbios
coloridos, daqueles comercializados em lojas de pets, que são enviados de um
lugar para o outro, e servem como animais domésticos e de estimação.
Fungo: Batrachochytrium
Os
pesquisadores acreditam que este comércio de animais foi o responsável por acelerar
e espalhar este fungo por diversas espécies de anfíbios, ao longo de tantos anos.
Infelizmente não há como excluir este fungo da natureza, mas estratégias
eficazes de monitoramento e controle podem ser criadas. Somente no Brasil, o Bd
já extinguiu 15 espécies de anfíbios e reduziu a população de outras 24, todas
elas da Mata Atlântica. Ele já foi registrado também na Amazônia e no Cerrado,
mas sem um número expressivo de casos, já que ele tem preferência por temperaturas
mais amenas. A maioria das extinções, tanto as da Mata Atlântica, quanto as
mundiais, ocorreram na década de 70 e 80, quando uma cepa mais agressiva do fungo,
a bdGPL, surgiu e se espalhou. Para os especialistas da área, a mistura de
diferentes infecções pelo mundo, proporcionada pelo comércio desses animais,
pode fazer com que os fungos atuais se acasalem e surjam novas formas fúngicas,
potencialmente mais perigosas. A hibridização, de diferentes linhagens fúngicas,
pode criar uma nova cepa mortífera, que levará tantas outras espécies à
extinção.
Fonte:
Science.
God bless you!
See you later. Take care!
👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirBom saber disso! Até então nunca tinha visto falar sobre.
ResponderExcluirValeu, obrigado!
Excluir👏👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigado!
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