O
ano de 2016 foi fortemente marcado por uma explosão de casos de zika no Brasil,
especialmente por conta da sua relação com a microcefalia. Mas, ao que tudo
indica, 2020 não ficará atrás no quesito epidemia, já que o país vive um surto
de febre amarela.
Até
o momento, dos 1048 casos notificados no país 195 já foram confirmados.
Mas
o que estas duas doenças, zika e febre amarela, têm em comum? Ambas podem ser
transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Além dessas duas doenças, este mosquito também é responsável pela transmissão
da dengue, da chikungunya – que também teve um aumento expressivo nos números
de casos e mortes em 2016 –, da encefalite equina venezuelana e da febre de
Mayaro.
No
mundo ele é conhecido como mosquito da febre amarela e no Brasil como mosquito da
dengue. Mas, se tratando do mosquito capaz de transmitir a maior variedade de doenças,
estes nomes não lhe parecem mais suficientes.
Mas como uma única espécie
de mosquito é capaz de transmitir tantas doenças que nos causam tanto medo?
Proximidade ao Homem
O
Aedes aegypti é uma espécie de
mosquito da família Culicidae.
Originalmente encontrados no continente Africano, estes mosquitos chegaram ao
Brasil durante o período colonial, tendo seus ovos transportados acidentalmente
em navios negreiros. A partir de então, a espécie proliferou-se e encontrou no
ambiente urbano as condições ideais para sua proliferação.
Embora
as fêmeas de Aedes aegypti prefiram colocar
seus ovos em águas limpas, a ausência desta condição não impede que ela se
reproduza. Estudos já mostraram que elas podem depositar seus ovos em água com
maior presença de matéria orgânica. Isso torna a espécie adaptada a qualquer ambiente
aquoso. Além disso, os ovos conseguem sobreviver por até um ano em ambientes
secos, eclodindo rapidamente ao menor sinal de água.
Outros
vetores de doenças não são capazes de resistir tão fortemente ao ambiente. Por isso
o Aedes aegypti está presente em
quase todo o mundo.
Simbiose com os vírus
Apesar
de também se alimentarem do sangue de outros mamíferos, o Aedes aegypti prefere o sangue de seres humanos, e foi isto que os tornou
altamente adaptados à transmissão de doenças virais humanas!
Os
vírus transmitidos pelo Aedes aegypti
também se adaptaram aos humanos e passaram a viver em uma espécie de simbiose com
os mosquitos, já que encontraram neles uma forma bastante eficaz de se
reproduzir.
Diferentemente
de mosquitos noturnos, o Aedes aegypti
pode picar seres humanos tanto de dia quanto de noite, o que aumenta ainda mais
as chances de transmissão dos vírus.
Alta reprodutibilidade
Somado
a tudo isso, tem-se ainda a alta reprodutibilidade da espécie. Uma única fêmea
pode colocar centenas de ovos de uma só vez, distribuindo estes ovos por
diferentes ambientes. Com uma grande quantidade de ovos espalhados por diversos
locais, um número muito alto de larvas consegue desenvolver-se e chegar à vida
adulta.
Estes
são alguns dos motivos que tornaram o Aedes
aegypti um mosquito tão temido e combatido por populações humanas. Por isso
mesmo, nunca é demais reforçar: faça a sua parte contra os mosquitos, evite
deixar água acumulada em sua casa e contribua para um país mais saudável!
NOTA
IMPORTANTE: o Aedes aegypti é vetor
da febre amarela urbana e a febre amarela que temos no Brasil atualmente é a forma
silvestre, não havendo surtos da forma urbana desde a década de 40. Mas, Como sabemos
bem, por termos o vetor da forma urbana em abundância, existe uma grande preocupação
em evitar que a febre amarela seja reurbanizada.
Fonte:
Nature; Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical; Ministério da
Saúde.
God bless you!
See you later. Take care!
👏👏👏
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirObrigado!
ResponderExcluirTemos que agir o quanto antes para impedir a reurbanização desses insetos!
ResponderExcluirMuito bem! Obrigado!
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