Todos nós temos coisas que tememos. Seja ver
uma aranha, dar um discurso, ou pular de um avião, algumas coisas apenas fazem
nossos joelhos tremerem, o coração acelerar, e a boca secar. Evolutivamente
falando, o medo é uma bênção!
O medo é o alerta emocional e psicológico que
ocorre no seu corpo, sinalizando que há uma ameaça imediata que precisa ser
enfrentada. Mas como todo alarme, o medo funciona melhor quando dispara no
momento e intensidade certos. Seu despertador é ótimo para te acordar de manhã,
mas se estivesse tão baixo que você não pudesse ouvir (ou tão alto que fosse
ensurdecedor) poderia fazer mais mal do que bem. Você também provavelmente não
ficaria muito feliz se seu alarme disparasse quando você não precisasse
acordar.
Esse é o desafio principal para pessoas com
transtornos de ansiedade. Sua resposta a ameaças e desafios pode ser muito
sensível (como sentir medo quando não há perigo) ou muito intensa (sentir medo
extremo quando o risco de dano é muito baixo), o que pode levar a prática de
vários comportamentos para reduzir seus medos e ansiedades. Às vezes esses
comportamentos acabam sendo prejudiciais ao indivíduo ou a outros.
Medo, ansiedade e pânico
Para entender os transtornos de ansiedade, é
importante entender três maneiras através das quais respondemos a ameaças:
medo, ansiedade e pânico.
Medo, como mencionado acima, é a resposta
emocional e fisiológica que temos a uma ameaça imediata (por exemplo, um urso
correndo em sua direção agora!), e é mais associado com as respostas de luta ou
fuga do organismo. Dada à urgência percebida, há tipicamente uma onda de
energia com foco na tentativa de escapar ou sobreviver a uma situação
assustadora (também chamada de "comportamento de fuga").
Ansiedade é a resposta emocional e fisiológica
que temos em antecipação de futuras ameaças (como "estou nervoso que se eu
sair da minha cabana, pode haver um urso lá fora"). A ansiedade pode te
deixar hiperconsciente de seus arredores e é associada com tensão muscular e
permanecer buscando possíveis perigos. O objetivo de se sentir ansioso é evitar
futuros perigos.
Pânico é um tipo particular de resposta ao
medo, em que você tem respostas emocional, fisiológica e comportamental
extremas na ausência de perigo real. Imagine que você está esperando em uma
fila no mercado, e de repente você pensa em um urso correndo até você. Se seu
coração começar a bater mais e você se sentir tonto e com medo, mesmo que não
exista um urso perto de você, você está experienciando o pânico.
Enquanto medo e pânico tendem a serem
experiências relativamente breves, a ansiedade pode ser crônica e persistente,
levando a consequências sérias e negativas. Ansiedade crônica é prejudicial não
apenas pelos efeitos no corpo e na mente, mas também por seus efeitos no estilo
de vida e comportamento, como a tendência a evitar situações ameaçadoras,
isolamento social, dificuldade na escola ou trabalho, e sentimentos de
depressão e desesperança.
Tipos de transtorno de ansiedade
Enquanto os transtornos de ansiedade são
caracterizados por medo frequente e intenso, ansiedade, e/ou pânico, diferem um
do outro em sintomas específicos e tipos de situações e objetos que causam os
sintomas (vamos falar disso mais detalhadamente abaixo).
Para ser diagnosticado com transtorno de
ansiedade, os sintomas relatados a ansiedade e medo devem interferir com o
funcionamento normal (atividades diárias) e/ou provocar sofrimentos
significantes. Na maioria dos transtornos, os sintomas não podem estar
relacionados ao uso de drogas e devem persistir por mais de 6 meses.
Fobias específicas
Pessoas com fobias específicas têm medo ou
sentem ansiedade sobre objetos específicos ou situações (chamados de
"estímulos fóbicos"), e tentam evitá-los a todo custo. Sentimentos de
medo extremo começam imediatamente em resposta ao estímulo e são fora de
proporção em relação à quantidade de perigo presente. Pessoas com fobias
específicas geralmente entendem que seu medo é excessivo, mas não conseguem
pará-lo. Diferentes tipos de fobias são categorizados nos seguintes grupos:
1. Animal (por exemplo, cobras, cachorros,
tubarões);
2. Ambiente natural (por exemplo, altura,
raios, água);
3. Sangue-injeção-ferimentos (por exemplo,
agulhas, cirurgia);
4. Situacional (por exemplo, voar em um avião,
entrar em um elevador);
5. Outros (por exemplo, palhaços, asfixia,
barulhos altos).
Transtorno de Ansiedade Social
O transtorno de ansiedade social (conhecido
também como "fobia social") é caracterizado por medo e ansiedade
persistente, intenso e irreal sobre situações sociais - como ir a uma festa,
trabalhar em grupos, ou apenas ficar perto de outras pessoas. Pessoas com
transtorno de ansiedade social geralmente temem serem julgadas por outros, ou
que possam se envergonhar. Pessoas com transtorno de ansiedade social evitam
interações sociais do mesmo modo que uma pessoa com uma fobia específica
evitaria seu estímulo fóbico. Dada a importância das interações sociais para
uma vida saudável, o transtorno de ansiedade social pode ter sérias
consequências.
Transtorno do pânico
O transtorno do pânico é caracterizado por
ataques de pânico recorrentes, que são cargas repentinas e extremas de medo ou
desconforto que gradualmente pioram em minutos. Essa resposta não está
relacionada a situações específicas ou objetos, e pode ocorrer simplesmente
pelo medo de futuros ataques de pânico. Sintomas associados incluem:
Frequência cardíaca acelerada;
Suor;
Tremedeira;
Dificuldade de respirar;
Náusea;
Sensação de formigamento;
Medo de morrer;
Sentir-se separado de si mesmo.
Após ler essa lista de sintomas é fácil ver
porque, caso você já tenha experenciado um ataque de pânico, você faria tudo
que pudesse para evitar ter outro! Mas, considerando que a causa do ataque é
geralmente desconhecida, nem sempre é claro o que deve ser evitado para
prevenir um futuro evento similar.
Agorafobia
Agorafobia (traduzido do grego, literalmente
significa "medo do mercado") é definida pelo medo debilitante de
estar em um local público, onde seria difícil ou vergonhoso escapar, caso
sintomas intensos de ansiedade ou pânico ocorressem. Até recentemente, a
agorafobia era considerada um subtipo de transtorno do pânico, mas agora é um
diagnóstico independente. Para algumas pessoas, o medo de experienciar pânico
em um local público é tão extremo que não são capazes de deixar suas
vizinhanças, suas casas, ou até mesmo seus quartos.
Transtorno de ansiedade generalizada
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é
caracterizado por ansiedade persistente e excessiva, e medo de múltiplos
eventos e atividades. Exemplos desse medo incluem preocupações comuns como
finanças, saúde, carreira e relacionamentos pessoais. No entanto, esses
indivíduos são consumidos por suas preocupações, fazendo a vida diária difícil.
Medo esmagador como esse pode resultar em inquietação, fadiga, irritabilidade e
problemas para dormir.
Causas e desenvolvimento dos transtornos de ansiedade
É importante lembrar que não há uma única
causa para os transtornos de ansiedade. Como todos os transtornos psicológicos,
há muitos fatores que influenciam a ansiedade crônica. Então, por que algumas
pessoas desenvolvem transtornos de ansiedade e outras não? Talvez ajude pensar
no transtorno de ansiedade como estar em um local físico.
Se alguém te contar que esteve na cidade de
São Paulo, você saberia exatamente como ela chegou lá? Talvez tenha pego um
avião, um trem, ou foi andando. Talvez tenha nascido lá! Ainda mais, mesmo que
você descubra como a pessoa acabou chegando a São Paulo, isso te diria
exatamente como uma pessoa diferente chegou lá? Provavelmente não.
Em vez de tentar encontrar "uma maneira
de chegar à ansiedade", os psicólogos trabalharam para entender alguns dos
caminhos mais comuns para o desenvolvimento de um transtorno de ansiedade.
Alguns caminhos são relacionados com a biologia de uma pessoa, enquanto outros
estão relacionados com o ambiente da pessoa e seu comportamento.
Fatores biológicos
A hereditariedade dos transtornos de ansiedade
está entre 20-50%, dependendo do transtorno específico. Você pode pensar sobre
isso como 20-50% das pessoas com transtornos de ansiedade chegaram lá através
de genes que herdaram de seus pais. No entanto, isso não significa que há um
gene da ansiedade, mas que a combinação de vários genes pode trabalhar em
conjunto para resultar em uma pessoa sendo mais propensa a experienciar a ansiedade.
Fatores ambientais e comportamentais
Paternidade superprotetora e crítica, abuso
infantil, e outros eventos traumáticos (como experienciar um desastre natural
ou testemunhar violência) são todos ligados com o desenvolvimento de
transtornos de ansiedade. Como no caso de fatores genéticos, esses fatores
ambientais não causam diretamente o transtorno de ansiedade, mas podem aumentar
a vulnerabilidade de uma pessoa à ansiedade.
Teorias comportamentais sobre o
desenvolvimento de transtornos de ansiedade (particularmente fobias
específicas) sugerem um processo de dois passos que pode levar à ansiedade
crônica.
1. A reação inicial de medo ou pânico é
aprendida por condicionamento clássico. Esse tipo de aprendizado ocorre quando
associamos uma situação ou objeto, que geralmente é neutra, com sentimentos
negativos fortes. Apesar de a situação ou objeto não causarem diretamente esses
sentimentos, esses dois fatores podem estar ligados em nossas cabeças.
Por exemplo: um grande terremoto aconteceu
enquanto você estava dirigindo sobre uma ponte. Apesar de o terremoto ser o que
te assustou, todas às vezes que você olhar para uma ponte você pode começar a
se sentir nervoso ou assustado.
2. Como resultado, a pessoa então tenta
diminuir seu medo ou pânico evitando a situação ou objeto que evoca a resposta.
Esse processo (chamado de condicionamento operante) recompensa a pessoa por
evitar as coisas que temem, porque fazendo isso reduzem seu medo.
Por exemplo: o pensamento de dirigir sobre uma
ponte associado com um terremoto causa ansiedade. Então, apesar de levar o
dobro do tempo para alcançar seu destino, você pegará outro caminho para evitar
isso.
Como os transtornos de ansiedade são tratados?
Apesar de não haver cura para transtornos de
ansiedade, há muitos tratamentos efetivos para ajudar a manejar os sintomas.
Medicamentos como antidepressivos, betabloqueadores, ou drogas antiansiedade
têm mostrado diminuir os sintomas de ansiedade. Enquanto a medicação pode ser
uma ajuda a curto prazo, terapias cognitivas e comportamentais podem ter
benefícios de maior duração.
As terapias cognitivas focam na mudança de
padrões de pensamento que causam e mantêm a ansiedade. Trabalhando com um
profissional da saúde mental, as pessoas podem desenvolver estratégias para
reduzir a ansiedade e melhorar a maneira de lidar com ela quando acontece.
As terapias comportamentais são focadas na
quebra do ciclo de ansiedade pela exposição da pessoa à situação ou objeto que
evitam. Esse tipo de exposição pode ter várias formas, e é sob medida para as
necessidades específicas de cada pessoa. Às vezes isso é feito gradualmente em
um consultório de terapia por semanas ou meses, enquanto para outros pode ser
apropriado fazer isso em apenas uma sessão.
Entretanto, diante disso, se algo te perturba, procure o médico dos médicos: Jesus Cristo! Ele sofreu para nos dar toda saúde. O inimigo veio matar, roubar e destruir mas Cristo veio para te dar vida e vida com abundância! Sobre tudo que se deve guardar, guarda o teu pensamento, porque dele procedem todas as fontes da vida.
Fonte:TheHolyBible;creativecommons.org/licenses/by-NC-SA/4.0/; khanacademy.org/science/health-and-medicine/mental;
See you later. Take care!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE muito importante sabe o q é ansiedade isso ajunda muita jente a entender o q se pasasa com o corpo e com a mente de cada um e isso ai irmão como sempre ajudano o próximo a etender várias coisas
ResponderExcluirValeu, mano! Obrigado!
ExcluirMuito bom
ResponderExcluirBeleza!
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