O
que há em uma batata? Além de água, que compõe a maior parte do peso da batata,
há um pouco de gordura, um pouco de proteína e muito de carboidrato
(aproximadamente 37 gramas em uma batata média).
Parte
desses carboidratos está na forma de açúcares. Eles fornecem à batata e à
pessoa que a come, uma fonte de combustível disponível. Um pouco mais dos
carboidratos da batata é em forma de fibra, incluindo os polímeros de celulose
que dão estrutura às paredes das células da batata. A maior parte do
carboidrato, entretanto, está na forma de amido, longas cadeias de moléculas de
glicose ligadas, que é uma forma de estocagem de combustível. Quando você come
batatas fritas, chips ou batata assada com todo aquele recheio, enzimas do seu
trato digestivo começam a trabalhar nas longas cadeias de glicose, quebrando-as
em açúcares menores que suas células podem utilizar.
Carboidratos são moléculas
biológicas feitas de carbono, hidrogênio e oxigênio em uma proporção de
aproximadamente um átomo de carbono (C) para uma molécula de água (H2O).
Essa composição dá aos carboidratos o seu nome: são feitos de carbono (carbo-) mais água (-hydrate). As cadeias de carboidrato podem variar de tamanho, e os
carboidratos biologicamente importantes pertencem a três categorias:
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Neste artigo, iremos aprender
mais sobre cada tipo de carboidrato, bem como seus papéis energéticos e
estruturais essenciais nos humanos e em outros organismos.
Monossacarídeos
Monossacarídeos
(mono = “um”; sacarídeo = “doce”) são açúcares simples, o mais comum dentre
eles é a glicose. Os monossacarídeos têm a fórmula (CH2O)n e
geralmente contêm de três a sete átomos de carbono.
Os
açúcares também são nomeados de acordo com o número de seus carbonos: alguns
dos tipos mais comuns são trioses (três carbonos), tetroses (quatro carbonos), pentoses
(cinco carbonos) e hexoses (seis carbonos).
Glicose e seus
isômeros
Um
monossacarídeo importante é a glicose, um açúcar de seis carbonos com a fórmula
C6H12O6. Outros monossacarídeos prevalentes
incluem a galactose (que forma parte da lactose, açúcar encontrado no leite) e
a frutose (encontrado nos frutos).
A
glicose, galactose e frutose possuem a mesma fórmula química (C6H12O6),
mas elas diferenciam-se na organização de seus átomos, tornando-as isômeros uma
da outra. A frutose é um isômero estrutural da glicose e da galactose, o que
significa que seus átomos estão ligados em ordens diferentes.
Dissacarídeos
Dissacarídeos
(di = “dois”) formam-se quando dois monossacarídeos se juntam via reação de
desidratação, também conhecida como reação de condensação ou síntese por
desidratação. Nesse processo, o grupo hidroxila de um monossacarídeo combina-se
com o hidrogênio de outro, liberando uma molécula de água e formando uma
ligação covalente conhecida como ligação glicosídica.
Dissacarídeos
comuns incluem lactose, maltose e sacarose. Lactose é um dissacarídeo que consiste em glicose e galactose e é encontrado naturalmente no leite. Muitas pessoas não
podem digerir lactose quando adultos, resultando em intolerância à lactose (com
a qual você, ou seus amigos podem estar bem familiarizados). Maltose, ou açúcar
do malte, é um dissacarídeo feito de duas moléculas de glicose. O dissacarídeo
mais comum é a sacarose (açúcar comum, de mesa) que é composta de glicose e frutose.
Polissacarídeos
Uma
longa cadeia de monossacarídeos, unida por ligações glicosídicas, é conhecida
como polissacarídeo (poli = “vários”). A cadeia pode ser ramificada ou não
ramificada e pode conter diferentes tipos de monossacarídeos. O peso molecular
de um polissacarídeo pode ser bem alto, alcançando 100.000 daltons ou mais, se
monômeros suficientes se ligarem. Amido, glicogênio, celulose e quitina são os
principais exemplos de polissacarídeos importantes nos organismos vivos.
Polissacarídeos de
armazenamento
Amido
é a forma armazenada dos açúcares nas plantas e é composto de uma mistura de
dois polissacarídeos, amilose e amilopectina (ambos são polímeros da glicose).
As plantas são capazes de sintetizar glicose usando a energia da luz coletada
na fotossíntese e o excesso de glicose que estiver além da necessidade imediata
de energia da planta é armazenada em amido em diversas partes da planta,
inclusive nas raízes e sementes. O amido nas sementes fornece alimento para o
embrião que está germinando e pode também servir como fonte de alimento para
seres humanos e animais, que vão quebrá-lo em monômeros de glicose, usando
enzimas digestivas.
Isso
é ótimo para as plantas, mas e quanto a nós? O Glicogênio é a forma de estoque
da glicose nos humanos e em outros vertebrados. Como o amido, o glicogênio é um
polímero de monômeros de glicose e é ainda mais ramificado que a amilopectina.
O
glicogênio é geralmente armazenado no fígado e nas células musculares. Quando
os níveis de glicose plasmática (glicemia) diminuem, o glicogênio é quebrado
via hidrólise para liberar monômeros de glicose que as células podem absorver e
usar.
Polissacarídeos
estruturais
Embora
a estocagem de energia seja um papel importante dos polissacarídeos, eles são
cruciais também por outra razão: fornecer estrutura. A Celulose, por exemplo, é
um dos componentes principais nas paredes celulares das plantas, que são
estruturas rígidas que rodeiam as células (e ajudam a deixar a alface e outros
vegetais crocantes). Madeira e papel são feitos principalmente de celulose, e a
própria celulose é feita de cadeias não ramificadas de monômeros de glicose
unidos por ligações glicosídicas.
A
celulose não pode ser quebrada pelas enzimas digestivas humanas, então os
humanos não são capazes de digerir celulose. (Isso não quer dizer que a
celulose não é encontrada em nossa dieta, ela apenas passa pelo nosso sistema
digestório como uma fibra indigerível, insolúvel). Entretanto, alguns
herbívoros, como as vacas, coalas, búfalos e cavalos, possuem micróbios
especializados que os auxiliam no processamento da celulose. Esses micróbios
vivem no trato digestório e quebram a celulose em monômeros de glicose que
podem ser utilizados pelo animal. Cupins também quebram a celulose com o
auxílio de microrganismos que vivem em seu intestino.
A
celulose é específica das plantas, mas os polissacarídeos também têm um papel
estrutural importante nas espécies não vegetais. Por exemplo, os artrópodes
(como insetos e crustáceos) possuem um esqueleto externo duro, chamado de
exoesqueleto, que protege suas partes internas, mais moles. Este exoesqueleto é
composto da macromolécula quitina,
que lembra a celulose, mas é composta de unidades modificadas de glicose que
contém um grupo funcional com nitrogênio. A quitina também é um importante
componente nas paredes celulares dos fungos que não são nem animais ou plantas,
mas formam seu próprio reino.
Fonte: U.S. Department of Agriculture, Agricultural
Research Service. (2014). Basic report: 11352, potatoes, flesh and skin, raw.
In USDA national nutrient database for standard reference; http://ndb.nal.usda.gov/ndb/foods/show/3115?fgcd=&manu=&lfacet=&format=&count=&max=35&offset=&sort=&qlookup=11352; Raven, P. H., Johnson, G. B., Mason, K. A., Losos, J. B., and Singer,
S. R. (2014). Sugar isomers have structural differences. In Biology (10th ed.,
AP ed., p. 38). New York, NY: McGraw-Hill; Glucose. (2015, July 7). Acesso em 24 de
julho, 2015. Disponível em Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Glucose; Reece, J. B., Urry, L. A., Cain, M. L., Wasserman, S. A., Minorsky, P.
V., and Jackson, R. B. (2011). Structural polysaccharides. In Campbell biology
(10th ed., p. 71). San Francisco, CA: Pearson; Purves, W. K., Sadava, D.,
Orians, G. H., and Heller, H. C. (2003). 3.16. Representative polysaccharides.
In Life: The science of biology (7th ed., p. 49). Sunderland, MA: Sinauer Associates,
Inc;
God bless you!
See you later. Take care!
Excelente conteúdo professor, parabéns!
ResponderExcluirObrigado! Gratidão!
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