A doença mais comum do sistema endócrino é Diabetes Mellitus. Existem
dois tipos de diabetes que surgem a partir de distintos contextos biológicos.
Ambos resultam em uma incapacidade de produzir insulina qualquer ou suficiente
para regular os níveis de glicose do sangue. Essa doença pode causar problemas
com os rins, visão, desregulação circulatória e muito mais.
O que é Diabetes Mellitus?
Diabetes mellitus é uma doença comum na qual há excesso de açúcar
(glicose) disperso no sangue. Ocorre quando o pâncreas não pode produzir
insulina suficiente ou quando as células do corpo tornaram-se resistentes à
insulina.
Como seu corpo, normalmente, regula a glicose?
Quando você se alimenta, a quantidade de glicose no seu sangue dispara.
Isto acontece porque o alimento ingerido é convertido em glicose (energia
utilizável pelas células), que entra no sangue para ser transportada para as
células de seu corpo. Células especiais do pâncreas percebem esse aumento da
glicose e liberam insulina no sangue. A insulina tem várias funções diferentes,
mas uma das mais importantes é auxiliar na diminuição dos níveis de glicose no
sangue. Ela desempenha esta função ativando um sistema de transporte que leva a
glicose do sangue para o interior das células. Ela também diminui a glicose do
sangue estimulando uma enzima chamada glicogênio sintase no fígado. Esta
molécula é responsável por produzir o glicogênio, uma longa cadeia de glicose,
que é estocado no fígado e será utilizado quando houver um período de baixo
teor de glicose no sangue. Conforme a insulina age em seu corpo, a quantidade
de glicose no sangue lentamente retorna ao nível anterior ao da sua
alimentação. O nível de glicose antes de uma refeição recente (chamado de
glicose de jejum), fica ao redor de (70-110 mg/dL). Logo após uma refeição, a
glicose do sangue pode saltar para até (140 mg/dL) dependendo do quê e quanto
você comeu.
O
que acontece na diabetes mellitus?
Há dois tipos de diabetes
mellitus, o tipo 1 e o tipo 2. Em ambos os tipos, o corpo tem problemas ao
transportar o açúcar do sangue para o interior das células. Isto leva ao
aumento da glicose no sangue e à deficiência de glicose nas células. A
principal diferença entre o tipo 1 e o tipo 2 da diabetes mellitus está nos
mecanismos envolvidos que levam as quantidades de açúcar do sangue a se desviar
dos seus níveis normais.
Diabetes
Mellitus Tipo 1:
Os diabéticos do Tipo 1
sofrem da ausência total de insulina em seus corpos. Embora a causa exata ainda
não tenha sido identificada, está claro que as células que fabricam insulina
são destruídas pelo próprio sistema imunológico do corpo. Isto ocorre devido à
autoimunidade, um processo pelo qual o sistema imunológico percebe alguns tipos
de células como corpos estranhos, marcando-as como alvos para destruição. Por
fim o corpo destrói todas essas células e os sintomas da diabetes se
manifestam.
Diabetes
Mellitus tipo 2:
Pessoas com diabetes do tipo
2 ainda podem produzir insulina, mas suas células têm algum grau de resistência
à insulina. A diabetes do tipo 2 é uma sequência que começa com essa resistência à insulina e
pode terminar em perda da secreção de insulina. Quando as células inicialmente
tornam-se resistentes à insulina, o corpo aumenta a quantidade de insulina
produzida para neutralizar esse efeito e manter o nível da glicose dentro da
faixa normal. Na verdade, os pré-diabéticos tipo 2 têm níveis de insulina mais
elevados em seus corpos, que os não diabéticos. Eventualmente o corpo não pode
compensar o suficiente e os níveis de glicose sanguínea começam a se elevar. As
células pancreáticas começam a trabalhar em excesso para produzir mais e mais
insulina e eventualmente colapsam. Conforme a diabetes do tipo 2 progride, os
pacientes precisam começar a tomar insulina para garantir uma quantidade
suficiente dessa molécula em seu corpo.
Quais
os sintomas da diabetes mellitus?
Sintomas iniciais:
Tipo 1: O início clássico da
diabetes do tipo 1 é o aumento da sede, da micção, perda de peso, fome devido à
falta de alimento para as células e o cansaço. Conforme os níveis da glicose
sanguínea aumentam, o corpo tenta remover o excesso da glicose através da urina
e da diluição do sangue pelo aumento da ingestão de água. Mas muitos pacientes
são inicialmente diagnosticados apenas quando chegam ao hospital, já muito
doentes, num estado chamado de cetoacidose diabética. Isso ocorre quando as
células usam mecanismos alternativos de produção de energia que levam a níveis
elevados de subprodutos chamados cetoácidos. Os cetoácidos acidificam o sangue
levando a perigosas perturbações do equilíbrio ácido base. A cetoacidose
diabética causa dores abdominais, náusea/vômito e sonolência e é uma condição
potencialmente fatal.
Tipo 2: Os sintomas da Diabetes
Mellitus tipo 2 são semelhantes aos da tipo 1, mas geralmente ocorrem mais
tarde na vida e têm um início mais gradual. 40% dos pacientes não têm sintomas.
Os outros 60% podem apresentar aumento da sede e micção, acetose diabética, ou
uma condição chamada de estado hiperglicêmico hiperosmolar, um estado de
desidratação severa que requer hospitalização.
Complicações
de longo prazo da Diabetes Mellitus:
Muitas das principais
complicações da diabetes, incluindo a doença arterial coronariana, a doença
cardiovascular, a doença vascular periférica e a doença cerebrovascular são
causadas por lesões nos grandes vasos sanguíneos do corpo. Níveis elevados de
glicose levam a inflamações crônicas no corpo, incluindo as paredes das
artérias sanguíneas. Essas inflamações crônicas levam à aterosclerose, com a
formação de uma placa com uma capa fibrosa nas paredes das artérias. Isto
estreita as artérias, diminuindo a velocidade do fluxo sanguíneo. Além disso,
essas placas podem romper-se e levar à formação de um coágulo que bloqueia o
fluxo sanguíneo. Se isto acontece no cérebro ou no coração, causa um acidente
vascular cerebral ou um ataque cardíaco.
Níveis elevados de glicose
no sangue também podem danificar vasos sanguíneos menores no corpo, levando a
múltiplas complicações microvasculares de longo prazo. Esses danos destroem as
células dos vasos sanguíneos levando à diminuição do fluxo e a morte dos
tecidos. Uma diabetes mal controlada pode causar retinopatia (danos à retina,
levando à cegueira), nefropatia (danos aos rins, resultando em insuficiência
renal), neuropatia (danos aos nervos, que podem causar dormência ou
formigamento), e gastroparesia (disfunção do sistema digestivo causando vômitos
e dores abdominais crônicas). Todos esses sintomas são causados pelos danos
induzidos pela glicose nos vasos sanguíneos.
A diabetes tem um amplo
efeito negativo no sistema imunológico do corpo. Altos níveis de glicose elevam
a atividade das células imunológicas. Essas células eventualmente tornam-se
exauridas e insensíveis, diminuindo sua eficiência contra agentes patogênicos
invasores. Diabetes mal controlada deixa seus pacientes mais propensos a
infecções cutâneas graves e a períodos de hospitalização mais longos por
infecções como pneumonia ou infecções do trato urinário.
Qual
chance de ter diabetes?
Não está claro quem
desenvolverá diabetes tipo 1 ou como preveni-la. Dado que a principal causa da
diabetes tipo 1 é a autoimunidade, fatores ambientais parecem ser o maior fator
de risco. A diabetes tipo 2, por outro lado, está diretamente relacionada à
obesidade e à dieta. Indivíduos com sobrepeso tornam-se mais e mais resistentes
à insulina e são muito mais propícios a terem diabetes. Bom condicionamento
físico e dieta saudável são os aspectos mais importantes para a prevenção da
diabetes tipo 2. Ambos os tipos de diabetes têm predisposições genéticas, com o
tipo 2 tendo um componente genético maior para a doença.
Como
se trata?
O único tratamento efetivo
para diabetes do tipo 1 é a administração de insulina, já que estes pacientes
não a produzem. Há muitos tipos de insulina e formas de tratamento diferentes,
mas muitos pacientes usam insulina de ação prolongada, aplicada à noite,
complementada por uma insulina de ação rápida antes do horário da refeição.
Esquemas de tratamento mais recentes incluem o uso de uma bomba de insulina na
qual os níveis de glicose no sangue são registrados em uma máquina, que irá
utilizar um algoritmo para bombear a insulina no corpo.
Diabéticos tipo 2 têm mais
opções. A terapia inicial para diabéticos tipo 2 com doença leve é a
modificação do estilo de vida: uma dieta saudável com exercício para ajudar a
perda de peso. Se isto falhar, a primeira medicação a ser utilizada é
normalmente a Metformina, uma droga que impede o fígado de produzir glicose no
processo chamado gliconeogênese. Ela também aumenta o número de receptores de
insulina presentes nas células, assim elas se tornam mais sensíveis à insulina.
Entre as terapias de Metformina e de insulina há várias drogas que ajudam a
aumentar a liberação de insulina pelo pâncreas. Elas incluem as sulfonilureias,
inibidores da a-glicosidase e glinides.
Considere
o seguinte:
Às vezes, mulheres grávidas
podem desenvolver diabetes, durante a gravidez, processo chamado de diabetes
gestacional. Isso geralmente é revertido após o nascimento do bebê, mas pode
persistir após a gravidez. A diabetes gestacional é semelhante à diabetes tipo
2: sua marca registrada é a resistência à insulina. Durante o segundo
trimestre, a mulher grávida aumenta sua resistência à insulina e apresenta
níveis mais elevados de açúcar no sangue, provavelmente para aumentar o
fornecimento de glicose para o feto. A maioria das mulheres aumenta a
quantidade de insulina produzida pelo pâncreas, mas mulheres com diabetes
gestacional não podem produzir o suficiente, tornando-se funcionalmente
diabéticas do tipo 2 durante a gestação.
A diabetes pode alterar as
respostas de nosso corpo a certas doenças. Por exemplo, diabéticos que sofrem
ataques cardíacos são mais predispostos a apresentarem sintomas atípicos
(muitas vezes não apresentando dores no peito). Isto se deve parcialmente a
danos nos nervos. Muitos diabéticos apresentam neuropatia periférica, uma
condição nervosa onde eles constantemente sentem dormência e formigamento nos
dedos do pé e nos pés e têm dificuldade para reconhecer dores nesses membros.
Esses pacientes provavelmente têm danos nos nervos de outras partes do corpo,
incluindo o coração. Esses sintomas atípicos podem causar atraso no diagnóstico
dos ataques cardíacos.
Diante disso, meus amados,
vamos cuidar da saúde que Deus nos deu. Lembre-se que o Senhor Jesus tem o
poder de curar todas as doenças e pode curar a sua alma, inclusive!
Fonte: creativecommons.org/licenses/by-NC-SA/4.0/; Khan Academy.
God bless you!
See you later. Take care!
Professor, a diabetes pode ser passada hereditariamente?
ResponderExcluirPode, sim, querido, Felipe!
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