Primeiramente,
precisamos entender: quais são os parâmetros de vida utilizados pelos cientistas
na busca de vida em outros planetas?
Nessa
busca, enfrentamos um grande problema: nosso conceito de vida é inteiramente
baseado na vida que nós, seres humanos, conhecemos. Se pararmos para pensar, é
possível que existam diferentes formas de vida, com parâmetros desconhecidos
pelo ser humano. Enquanto não temos conhecimentos de outras formas de vida, os
cientistas procuram planetas que podem suportar a vida como já conhecemos.
Por
400 milhões de anos o clima da Terra era hostil e desolador, as temperaturas chegavam
a mais de 200°C, que tornava a crosta liquefeita e gases vulcânicos, principalmente
CO2, foram lançados na atmosfera. À medida que a Terra resfriou, a
crosta tornou-se sólida e a temperatura permitiu a presença de água líquida na superfície.
As
moléculas orgânicas formadas durante a origem do Sistema Solar sofreram reações
químicas, através da energia de radiações ultravioleta (lembrando que neste
período não havia camada de ozônio para impedir a radiação). Essas reações químicas
tornaram as moléculas orgânicas mais complexas compostas por carbono, nitrogênio,
enxofre e oxigênio, das quais servem para a formação inicial para as primeiras
biomoléculas.
Em
nosso planeta, sabemos que os primeiros seres vivos eram unicelulares, dependentes
de água para sobreviver e formados por compostos orgânicos. Com base nessas
características conhecidas pelos pesquisadores, será que outros planetas
oferecem as mesmas condições da Terra para que os seres vivos resistam nesses
planetas?
Já
se sabe, por exemplo, que existe água líquida em Marte, reforçando a ideia de que
é possível que tenha vida neste planeta - afinal, são analisados todos os
indícios da origem da vida na Terra que apontam que ela tenha ocorrido em água
líquida.
Por
isso, na Astrobiologia, os cientistas levam em consideração parâmetros como a temperatura,
existência de água e radiação UV - todas as condições primordiais para a existência
de vida como conhecemos – na busca pela vida fora da Terra.
Temperatura:
existem temperaturas nas quais os organismos conseguem ou não sobreviver.
Porém, existem organismos adaptados a temperaturas extremas, como os tardígrados.
Tardígrados podem sobreviver um pouco mais do que o zero absoluto (-272,15 °C)
e até 150 °C. Ou seja, podemos procurar planetas nessas faixas de temperatura
que sejam capazes de abrigar vida.
Água:
sem água, nenhuma forma de vida como a que conhecemos poderia existir! Não só
de acordo com as teorias da origem da vida baseadas na presença de água, mas
também por ela ser essencial na manutenção das reações químicas nos organismos.
Radiação UV: os
organismos fotossintetizantes necessitam da radiação para a produção de
compostos orgânicos. São seres autótrofos, produzem seus próprios compostos
orgânicos. Radiações muito intensas de estrelas próximas (como o sol) podem ser
prejudiciais aos organismos, danificando sua estrutura e código genético
primitivo.
Carbono: é
o elemento químico que compõe todos os compostos orgânicos; ou seja, para que
haja vida, é necessário que haja carbono. No entanto, estando também na família
4A, especula-se a possibilidade da existência de vida baseada em Silício, que
além de ter propriedades semelhantes às do carbono, também possui capacidade de
encadeamento.
VIDA EM OUTROS TEMPOS
Se
pararmos para analisar, o planeta Terra tem cerca 4,5 bilhões de anos. Após um bilhão
de anos surgiram às primeiras formas de vida. Esses primeiros organismos seriam
muito simples, unicelulares e autótrofos; que ao passar milhares de anos
evoluíram e tornaram-se os organismos multicelulares que conhecemos hoje.
Existem
eventos que podem causar extinção em massa de qualquer tipo de ser vivo, como os
dinossauros, por exemplo. Há cerca de 66 milhões de anos atrás, a queda de um meteorito
no México extinguiu todos os dinossauros não avianos (dinossauros que não
voavam). Analisando as condições dos eventos de extinção em massa, por mais quanto
tempo o ser humano ou a Terra existirão?
Vendo
por esse lado, é possível que tenha ocorrido o mesmo com outros tipos de vidas em
outros planetas. Como a vida está em constante transformação, não podemos desconsiderar
que outras vidas e planetas tenham existido e que foram extintos por esses
eventos.
PESQUISAS ESPACIAIS
A
curiosidade do ser humano pelo espaço é de longa data. Durante a Guerra Fria,
na década de 50, tivemos a corrida espacial entre EUA e União Soviética, por
disputa política e militar. Estavam determinados em construir a primeira
aeronave espacial tripulada que pudesse ser lançada em órbita, e até mesmo a
chegar à lua. Foram enviadas sondas, como a da polêmica cadela Laika, que
morreu horas depois do lançamento, e mesmo seres humanos e outras formas de
vida.
Cadela Laika
Graças
aos avanços dos cientistas nas tentativas de descobrir cada vez mais o espaço,
descobriu-se muito sobre o planeta Terra (a Terra não é plana), surgimento da vida,
vidas extremas e tecnologias em nossa volta.
O
filme Perdido em Marte foi gravado no Deserto de Wadi Rum, na Jordânia, por ser
muito similar a Marte. Essa região é dominada por rochas de arenito medindo até
1800 metros de altura e areia avermelhadas; exatamente como esse planeta! E
mesmo esse deserto, em condições tão extremas, é capaz de abrigar vida. O que
impede que Marte também abrigue?
Somente
em 2018 foram investidos U$20,7 bilhões à NASA. Graças a apoio popular e a criação
de filmes e séries, a NASA recebeu esses altos investimentos na área de astrobiologia,
instigando o desvendar dos mistérios do espaço.
Uma
novidade sobre novas missões espaciais é que em 2020, a Agência Espacial Europeia
e a NASA lançarão missões não tripuladas para o estudo da lua de Júpiter, chamada
de Europa. Acredita-se que a lua Europa apresente condições ainda melhores do
que Marte para abrigar vida, como uma grande quantidade de água em temperaturas
razoáveis.
Na
última década, foram encontrados quase trinta planetas potencialmente capazes
de suportar vida. Os melhores candidatos são os que têm condições mais parecidas
com a Terra.
A
similaridade com a Terra leva em conta o raio, a densidade do planeta, a
temperatura da superfície e das velocidades de rotação e translação. A aptidão
para vegetação leva em conta também a temperatura e a umidade da atmosfera - ou
seja, são planetas que abrigam água!
VIDA INTELIGENTE FORA DA
TERRA
As
tentativas de contato com vida inteligente fora da Terra se dão através do envio
de ondas de rádio. São frequências bem específicas enviadas para o espaço. Porém,
para que isso funcione, é preciso que alienígenas tenham a mesma ideia e escolham
a mesma frequência específica enviada por nós terráqueos.
DESTRUIÇÃO DO PLANETA TERRA
Será
que a curiosidade humana em conhecer o espaço está relacionada à destruição do
planeta? Temos poluição por agrotóxicos, dióxido de carbono, poluição de rios e
mares, extinção de espécies...
Seria
a busca por planetas que possuam condições favoráveis à vida, já conhecidos pelos
cientistas, uma “carta na manga” para que quando nosso planeta não tiver mais capacidade
de sustentar o modo de vida dos seres humanos?
God bless you!
See you later. Take care!
Qual seria toda essa curiosidade da NASA para achar vida em outro planeta?
ResponderExcluirSão os mistérios da meia noite!
ExcluirBem interessante.
ResponderExcluirValeu. Obrigado!
ExcluirEu gostei bem interessante
ResponderExcluirObrigado, Clezimar!
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