Você
já parou para pensar por que as pessoas têm tanta dificuldade para emagrecer?
Vamos nos remeter ao passado para que o entendimento fique mais claro! Nossos
antepassados tinham uma grande dificuldade para encontrar alimentos, e a carência
alimentar moldou seus cérebros para que uma grande quantidade de calorias fosse
acumulada na forma de gordura, em períodos de escassez de comida.
O
fato é que hoje a nossa realidade é outra e conseguimos estocar e armazenar os
alimentos em nossas casas por um longo período. Ainda que os alimentos não
sejam armazenados em nossas casas, podemos fazer uma ligação, dar uns cliques
na internet ou mesmo utilizar um aplicativo, e pronto. A comida chegou! Tudo
está mais fácil, acessível e moderno. O mundo se modernizou, mas o nosso
cérebro – infelizmente – continua o mesmo, e ele insiste em acumular a gordura,
ainda que a gente não precise estocá-la. Hoje, sabe-se ainda que o adipócito,
célula do tecido adiposo que armazena gordura, é capaz de sintetizar várias
substâncias, e sua função deixou de ser a de “somente” armazenar triglicerídeos
(reservas de energia para o corpo), e ele passou a ser considerado um órgão
endócrino, com funções metabólicas.
No Brasil
A
população mundial está sempre buscando o peso e o corpo ideal, correndo
(literalmente) contra a dificuldade de emagrecer e lutando contra o aumento de
peso que acomete mais pessoas a cada ano. Segundo dados da Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, Vigitel, no Brasil mais da metade
da população está acima do peso e 18,9% da população brasileira é considerada obesa.
Mas a obesidade é culpa da
evolução, Josiel Bezerra?
Dados
da Vigitel coletados em 2012 demonstram que a escolaridade também tem uma forte
influência nos hábitos alimentares. A instituição identificou que frutos e
hortaliças estão presentes em 45% dos cardápios de pessoas com até 12 anos de
estudo. Em pessoas com até 8 anos de estudo, o percentual diminui para 29% das
pessoas.
A
obesidade pode ainda estar relacionada a fatores genéticos, mas tem uma
influência forte e significativa do sedentarismo e de distúrbios alimentares.
Cabe ressaltar que a obesidade não é uma doença seletiva atinge homens, mulheres,
crianças, adolescentes e idosos.
Recentemente,
pesquisadores da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) desenvolveram
estudos e mapearam a rota da obesidade, explicando a dificuldade de pessoas obesas
emagrecerem. De acordo com o estudo, a ingestão excessiva de gordura pode
causar danos cerebrais que impedem a alimentação balanceada de um indivíduo e a
saciedade por comida.
Um
desequilíbrio metabólico e hormonal também pode contribuir com o aumento de peso,
por exemplo. A leptina é um importante hormônio peptídico, e desempenha um importante
papel na ingestão alimentar e no gasto energético, sendo capaz de gerar um aumento
na queima de energia e diminuir a ingestão alimentar. Logo se este hormônio estiver
desregulado em um indivíduo, as funções metabólicas também estarão.
Os riscos
A
obesidade é uma grande agravante para o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis, como a hipertensão arterial, diabetes, dermatite, estrias,
distúrbios psicossociais, apneia do sono, restrição ventilatória,
aterosclerose, acidente vascular cerebral, trombose sistêmica, alguns tipos de
cânceres (mama, útero, próstata, esôfago, estômago e intestino), resistência insulínica,
diabetes tipo 2, gota, diminuição da fertilidade, deformidades ósseas, refluxo
gastroesofágico, hérnias entre tantas outras.
Como combater esta epidemia?
Uma
mudança de hábitos é mais do que necessária! O incentivo a uma alimentação saudável
e balanceada e a prática de atividades físicas são os primeiros passos para
fugir da obesidade.
Para
muitas pessoas, a solução vem através da ingestão de fármacos que inibem o
apetite e a ansiedade, ou mesmo a realização da cirurgia bariátrica, uma
operação arriscada que exclui parte do estômago do paciente, e que são realizadas
com mais frequência a cada dia.
É
importante ressaltar que um obeso não é gordo porque quer. O problema da
obesidade é resultado de uma vida sedentária, aliado a uma má alimentação,
fatores genéticos e sociais.
Cada
vez mais a obesidade é considerada uma doença complexa, multifatorial e poligênica.
A falta de incentivo aos esportes na infância e as “correrias” da vida moderna,
contribuem para o quadro, que a cada ano só aumenta. Obesidade é um problema
sério, que traz muitos riscos e consequências à saúde de quem a possui.
Se
o cenário atual não se modificar, estima-se que até 2025 o Brasil seja o 5º
país no mundo com o maior número de obesos e problemas relacionados à doença. E
aí, vamos pular fora dessa estatística e correr atrás do prejuízo?
Fonte: Governo do Brasil, Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia, Revista de Nutrição.
God bless you!
See you later. Take care!
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