Estrutura e fisiologia
Todas
as células são capazes de controlar a entrada e saída de substâncias do seu hialoplasma.
O permanente fluxo de partículas se dá através da membrana plasmática ou plasmalema.
As células eucarióticas possuem, ainda, um rico sistema de membranas em seu interior,
formando uma rede de canais (como o retículo endoplasmático) ou revestindo
organelas e o núcleo. Mitocôndrias e cloroplastos possuem um sistema interno de
membranas (cristas mitocondriais e lamelas, respectivamente). Essa intensa
compartimentação das células favorece a ocorrência simultânea de um grande
número de atividades, que não poderiam ocorrer em um meio único.
Estrutura microscópica e ultraestrutura
A
membrana plasmática é muito fina, o que torna impossível sua observação ao
microscópio óptico. A espessura total da membrana é de apenas 75 angstroms.
Ao
microscópio eletrônico, a membrana plasmática mostra-se como uma estrutura trilaminar,
conhecida por unidade de membrana.
Estudos
químicos diretos e a análise da permeabilidade celular mostram que a membrana
tem composição lipoproteica, isto é, contém lipídeos e proteínas em sua estrutura.
A
porção lipídica da membrana é formada por uma camada bimolecular de fosfolipídios
onde ficam embutidas moléculas de proteínas.
Este
modelo de arranjo molecular foi proposto por Singer e Nicholson. Pelo fato de
ser fluida, a camada lipídica apresenta consistência semelhante à do óleo, o
que permite que tanto lipídeos como proteínas mudem de lugar constantemente, de
maneira dinâmica. Além disso, a posição das proteínas lembra um mosaico, daí o
modelo ficar conhecido com o nome de Modelo
do Mosaico Fluído.
A
superfície externa da membrana celular é coberta pelo glicocálix, um conjunto
de substâncias que envolvem glicoproteínas, lipoproteínas, etc.
Além
de ser uma estrutura de proteção mecânica para a célula, a membrana celular é
importante na permeabilidade seletiva, controla a entrada e a saída de
materiais da célula.
DIFERENCIAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA
Para
desempenharem algumas funções especiais, as células podem ter modificações
específicas em sua membrana.
Microvilosidades:
são dobras semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de absorção.
Aparecem na mucosa intestinal e nos túbulos renais.
Interdigitações:
saliências e reentrâncias nas membranas de células vizinhas, que se encaixam
facilitando as trocas entre elas. São observadas nas células dos tubos renais.
Desmossomos:
são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. É o local
de “ancoragem” dos componentes do citoesqueleto e de forte adesão entre células
vizinhas.
Junção aderente:
Esta junção é similar a um desmossomo por sua função de ancoragem entre as
membranas e ancoragem do citoesqueleto, no entanto, sua distribuição na membrana
difere do mesmo por dispor-se em cinturão ao redor do corpo da célula, fazendo a
união desta com várias células vizinhas. Nesta junção o citoesqueleto ancorado
é composto de microfilamentos de actina.
Junção
comunicante ou GAP: são canais proteicos nos quais há trocas de pequenas moléculas
(como a glicose), íons e elétrons.
PASSAGEM DE SUBSTÂNCIAS
ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR
A
capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substâncias e não por
outras define sua permeabilidade. A membrana plasmática apresenta
permeabilidade seletiva: permite a passagem do solvente e de alguns tipos de
soluto.
A
entrada ou a saída de substâncias nas células podem ocorrer de duas maneiras:
ou o material atravessa a membrana plasmática, ou ele é englobado por ela.
Transporte Passivo:
Não
envolve gasto de energia, pois a membrana não participa ativamente do processo.
Pode-se dizer que é um fenômeno físico.
Difusão
Simples: Consiste na passagem das moléculas de soluto, do local
de maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio,
pois obedece a uma lei física. Neste caso, as moléculas devem ser suficientemente
pequenas para poderem atravessar a membrana plasmática. Quanto menor for o
tamanho da partícula, maior será a velocidade de deslocamento.
Difusão
Facilitada: Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração
e sem gasto energético, mas com uma velocidade maior do que a permitida pela
difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a glicose, com alguns
aminoácidos e certas vitaminas, devido ao auxílio de uma molécula (enzima)
transportadora chamada permease, na membrana.
Osmose: É
a difusão da água através de uma membrana semipermeável. Embora a membrana plasmática
não seja perfeitamente semipermeável, já que permite a passagem de solutos,
durante a osmose, a movimentação da água é tão intensa que a passagem do soluto
perde importância, pois é muito menor. É nesse aspecto que dizemos ser a
membrana plasmática semipermeável.
A
movimentação das moléculas de água ocorre sempre do local de menor concentração
de soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçada a
atravessar a membrana é conhecida por pressão osmótica.
Quando
duas soluções apresentam a mesma concentração, exercem a mesma pressão osmótica
e são ditas isotônicas. Caso sejam separadas por uma membrana, haverá fluxo
de água nos dois sentidos de modo proporcional.
Quando
se comparam soluções de concentrações diferentes, a que possui maior
concentração e, portanto, maior pressão osmótica, é chamada hipertônica, e a de
menor concentração (menor pressão osmótica) é hipotônica. Separadas por uma membrana,
há maior fluxo de água da solução hipotônica para a hipertônica, até que as
duas soluções se tornem isotônicas. A osmose pode provocar alterações de volume
celular. Vejamos os seguintes exemplos:
Osmose em células animais:
uma hemácia humana é isotônica em relação a uma solução de cloreto de sódio a
0,9% (“solução fisiológica”). Caso seja colocada em um meio com maior
concentração, perde água e murcha. Se estiver em um meio mais diluído
(hipotônico), absorve água por osmose e aumenta de volume, podendo romper
(hemólise).
Osmose na célula vegetal:
quando uma célula vegetal se encontra em um meio isotônico, a célula mantem-se
flácida. Quando uma célula vegetal está em meio hipotônico, absorve água, mas
não se rompe, pois é revestida pela parede celular ou membrana celulósica.
Assim, a célula torna-se túrgida. Quando a célula está em meio hipertônico, perde
água seu citoplasma se retrai, tornando-a plasmolisada.
Transporte Ativo:
Neste
processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo
ocorrer do local de menor para o de maior concentração (contra o gradiente de
concentração), com auxílio de uma substância transportadora. Esse gradiente pode
ser químico ou elétrico, como no transporte de íons.
Bomba de sódio
e potássio: O transporte ativo age como uma “porta giratória”: a bomba
de sódio e potássio liga-se em um íon Na+ na face interna da
membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o
libera na face interna. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do
ATP. Esse tipo de transporte ativo, só ocorre nas células animais.
Bomba de Cálcio: O
cálcio quando disperso no citoplasma atua como um sinalizador celular, ativando
vários processos celulares como, por exemplo, a secreção de moléculas e a
contração de células musculares. Logo, as células eucarióticas utilizam o
transporte ativo para manter a concentração interna de cálcio baixa, já que a
concentração extracelular de cálcio é maior.
Bomba de Hidrogênio (ou
Bomba de Prótons): principal bomba de íons presentes em
plantas, fungos e bactérias é a bomba de hidrogênio, que transporta ativamente
íons hidrogênio (H+) para fora da célula. A bomba de hidrogênio
transfere cargas positivas do citoplasma para a solução extracelular. Ao produzir
voltagem através da membrana, as bombas armazenam energia que pode ser usada
para o trabalho celular. Um exemplo importante de bomba de hidrogênio é a síntese
de ATP durante a respiração celular.
ENDOCITOSES
São
processos de englobamento de substâncias pelas células. Nesta modalidade, estão
incluídos os processos de fagocitose e pinocitose, onde não existe
necessariamente uma diferença de gradiente de concentração. Aqui, pode ocorrer a
necessidade de a célula obter moléculas que normalmente não atravessariam os
poros da membrana plasmática, ou então o fato de estarem defendendo a célula ou
o organismo ao qual pertencem.
Fagocitose: é
um processo de englobamento de materiais de natureza sólida pela célula por
meio de pseudópodes. A fagocitose é um fenômeno que está relacionado com a
obtenção de alimento, como ocorre nas amebas, ou com a defesa imunológica, como
ocorrem com os leucócitos do tipo macrófagos e neutrófilos.
Pinocitose: é
um processo de englobamento de materiais de natureza líquida e partículas pequenas
pela célula por meio da formação de canais de pinocitose. Também engloba partículas
pequenas.
Endocitose mediada por
receptor: Neste tipo de endocitose, as reações específicas na
superfície celular ativam a ingestão de materiais específicos. As proteínas
receptoras localizadas em sítios específicos da superfície externa da membrana
plasmática se ligam a substâncias específicas presentes no ambiente extracelular.
Esses sítios são chamados de fendas revestidas, porque formam uma leve depressão
na membrana plasmática, cuja superfície celular está revestida de proteínas fibrosas
como a clatrina. A endocitose mediada por receptor é um método pelo qual o
colesterol é ingerido na maioria das células de mamíferos.
EXOCITOSE
A
célula secreta determinadas moléculas biológicas pela fusão de vesículas com a membrana
plasmática, este processo se dá o nome de exocitose. A exocitose permite,
assim, a excreção e secreção dessas moléculas.
As
etapas são divididas em: migração, fusão e lançamento. Inicialmente, as
vesículas de exocitose deslocam-se através do citoplasma. Posteriormente,
ocorre a fusão da vesícula com a membrana celular. E por último, lança-se o conteúdo
da vesícula no meio extracelular.
God
bless you!
See you later. Take care!
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