quinta-feira, 12 de setembro de 2019

DORMIR MAL PODE FAVORECER O APARECIMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

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Todos sabemos da importância dos neurônios – células do sistema nervoso que são capazes de realizar sinapses – em nosso organismo. Uma sinapse corresponde à passagem de estímulos nervosos de um neurônio para o outro com grande rapidez, fundamentais para funções cognitivas do nosso cérebro, como memória, linguagem e atenção. De acordo com pesquisadores da Itália, dormir pouco pode trazer danos irreversíveis ao organismo, já que o cérebro acaba “limpando” uma grande quantidade de neurônios e de conexões entre as sinapses.

Isto foi demonstrado através de um estudo realizado em ratos submetidos a diferentes condições de sono, incluindo animais que ficaram várias noites sem dormir. O resultado preocupou os pesquisadores e trouxe um alerta ao possível aparecimento de doenças neurodegenerativas relacionadas ao hábito de dormir pouco.

Foram analisados quatro grupos de ratos no estudo: 1) ratos que descansavam bastante e dormiam de 6 a 8 horas; 2) ratos que dormiam até acordarem espontaneamente; 3) ratos que foram privados do sono, ficando acordados por mais algumas horas; 4) ratos privados do sono de forma crônica, mantidos acordados por 5 dias seguidos. Diante dessas condições, foram observadas as atividades dos neurônios, e das células da glia, responsáveis pela sustentação e nutrição das células do sistema nervoso. Na glia, destacamos 2 tipos celulares: os astrócitos, que sustentam e nutrem os neurônios, além de cicatrizar lesões; e as micróglias, responsáveis pela limpeza do tecido, já que realizam o processo de fagocitose (do grego, devorar).

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Ao analisar os resultados, os pesquisadores observaram que nos grupos privados do sono (3 e 4), os astrócitos aumentaram consideravelmente a sua atividade. Em vez de nutrir os neurônios, eles passaram a “comer” as sinapses, agindo como as células micróglias num processo chamado fagocitose astrocítica. Este poderia ser um processo comum do organismo, já que ele elimina naturalmente as células mais antigas. Mas não foi somente isso: ao analisar as células micróglias, os pesquisadores viram que o número delas também aumentou significativamente no grupo totalmente privado de sono (4), e isto os preocupou.

O aumento das células micróglias, está intimamente relacionado ao aparecimento de doenças neurológicas como o Alzheimer, doença que aumentou cerca de 50% desde 1999. Alzheimer pode ser tratado para que seu avanço seja pausado, mas é uma enfermidade incurável.

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Este estudo serve de aviso para as pessoas com ritmo de vida acelerado que não valorizam boas noites de sono: dormir bem além de favorecer a aparência e nos deixar mais dispostos auxilia na realização de atividades ao longo do dia e previne problemas de memória. Cabe destacar que ninguém precisa ser pesquisador para saber que a falta de sono não faz bem para a saúde, e com os resultados deste estudo – mesmo que desenvolvido apenas em ratos – concluímos que deixar de dormir para estudar pode prejudicar muito mais do que beneficiar nossa saúde. 

Foque nos seus objetivos, sem esquecer que mente e corpo saudáveis são fundamentais para alcançar o sucesso! 

Fonte: JNeurosci.

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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

ENTENDA SEU HEMOGRAMA E A FUNÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS!

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Hi, my brothers and sisters. First of all I want to thank you! Seja como exame de rotina ou para investigar a possível causa de um sintoma, o exame de sangue – denominado hemograma – é uma importante ferramenta para quantificação das células sanguíneas e avaliação do estado de saúde de um paciente. Hemácias, leucócitos, eosinófilos, basófilos, plaquetas... Cada um destes nomes representa um tipo de célula sanguínea, quantificadas a partir da amostra de sangue coletada. As células sanguíneas derivam da proliferação e diferenciação de células-tronco da medula óssea, em um processo chamado hematopoiese.

Este processo persiste por toda a vida do indivíduo, e, a cada dia, cerca de 2.5 bilhões de novos eritrócitos são produzidos, por exemplo. A produção de eritrócitos e demais células sanguíneas podem variar, porém, de acordo com o estado de saúde em que a pessoa se encontra.

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Mas, afinal, qual a função de cada célula sanguínea? As células sanguíneas podem ser divididas em três grupos principais: os glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos), os glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas.

Os glóbulos vermelhos transportam oxigênio por todo o organismo. O eritrograma analisa os valores obtidos para glóbulos vermelhos em conjunto com a quantificação de hemoglobinas (proteínas encontradas nas hemácias) e o hematócrito (percentual de sangue ocupado por hemácias). Os valores obtidos no eritrograma podem indicar anemia ou policitemia. Ao contrário da anemia, a policitemia é o excesso de glóbulos vermelhos, que resulta em um aumento na viscosidade sanguínea, podendo provocar, dentre outros sintomas, o infarto.

A segunda parte de um exame sanguíneo é o leucograma, que quantifica os glóbulos brancos encontrados na amostra. Os glóbulos brancos são um grupo diverso de células com funções diferenciadas no sistema imune. Os neutrófilos são o tipo mais comum, responsáveis pelo combate a bactérias. Um número aumentado de neutrófilos indica, portanto, uma possível infecção bacteriana no paciente.

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Os linfócitos são outro tipo de leucócitos analisados no hemograma. Estes possuem a função principal de reconhecimento de potenciais invasores, identificando partículas virais, por exemplo, e “informando” as demais células do sistema imune sobre a invasão. O vírus HIV, por exemplo, ataca especialmente este tipo celular, tornando o paciente mais suscetível a infecções. Um paciente com o vírus HIV, portanto, pode ter sua produção de linfócitos prejudicada, e isto pode ser observado na quantificação de células do exame.

Monócitos, eosinófilos e basófilos são outros tipos de glóbulos brancos. Estes são encontrados em menor concentração, mas também possuem importantes funções para nosso organismo. Monócitos são ativados durante infecções virais ou bacterianas, “atacando” os organismos invasores. Eosinófilos participam do combate de parasitas e, assim como os basófilos, são ativados durante processos alérgicos.

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Por fim, os exames sanguíneos também costumam quantificar a concentração de plaquetas nas amostras. As plaquetas participam do processo de coagulação do sangue. Um paciente com baixo número de plaquetas (trombocitopenia) pode apresentar dificuldades de coagulação, havendo, portanto, maior risco de hemorragias em caso de acidentes graves ou até mesmo pequenos rompimentos de vasos.

Devemos lembrar sempre que os resultados encontrados em um hemograma são apenas indicativos do estado de saúde do indivíduo. Além disso, as quantificações de um tipo sanguíneo devem ser analisadas em conjunto com todos os demais, por isso a necessidade de se levar o resultado do exame a um médico ou profissional competente para realizar a análise do exame como um todo, comparando todos os parâmetros para um correto diagnóstico.

Fonte: National Institutes of Health.

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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

COMBINAÇÃO DE TRATAMENTOS PODE CONTER O TIPO MAIS LETAL DE CÂNCER DE PELE

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Hello my friends! How do you doing today? I hope that you good! O verão vem chegando e com ele a vontade de ir à praia para fugir do calor e pegar aquela corzinha. É nessa época do ano que os cuidados com a pele devem ser redobrados, afinal, se expor ao sol é se expor também aos raios ultravioletas (UV). Os raios UV penetram na pele, e além de deixar o desejado bronzeado, podem provocar outras alterações, como o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas, ou até o aparecimento de doenças graves como o câncer de pele.

No Brasil, 30% de todos os tumores malignos registrados, são de câncer de pele, sendo que 3% deles são de melanomas, um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos – células produtoras de melanina que determinam a coloração da pele. Apesar de representar uma pequena porcentagem, ele é considerado o mais grave devido à grande probabilidade de tornar-se metástase. Para auxiliar nesse problema, um grupo de pesquisadores australianos parece ter encontrado uma forma de frear o avanço e a propagação do melanoma para outros órgãos. Melanoma, um tipo letal de câncer de pele.

Os pesquisadores realizaram estudos ao longo de 12 meses, com pacientes que já haviam retirado a fonte principal do câncer de pele e estavam lutando para que ele não fosse disseminado para outros órgãos. O primeiro experimento consistiu em uma combinação com dois tipos de medicamentos: dafrafenib e trametinib. Ambos são utilizados no tratamento de câncer, de maneira individual, e no experimento eles foram capazes de bloquear a ação do gene BRAF, responsável pela condução do melanoma. Esta técnica impediu a recaída da doença nos pacientes e aumentou a sobrevida deles.

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No segundo experimento, os pesquisadores utilizaram a imunoterapia, um tipo de tratamento de câncer que promove a estimulação do sistema imunológico, por meio de substâncias que alteram a resposta biológica do organismo. Essas substâncias fizeram com que o sistema imune dos pacientes atacassem as células do melanoma, impedindo o retorno da doença em grande parte dos casos.

O que se pode concluir com isso? Os participantes do estudo tinham uma probabilidade de até 70% de chances do câncer avançar e ser letal para eles. Por conta dos tratamentos utilizados, o câncer não se propagou para outros órgãos e nem foi letal. Controlar e pausar o melanoma é um importante passo em busca da sua cura. Os resultados indicaram que é possível conter a doença, garantindo outros tantos anos de vida aos pacientes já tratados.

Fonte: New England Journal of Medicine.

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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

PELE ARTIFICIAL É PROMESSA PARA SUBSTITUIR TESTES EM ANIMAIS NO BRASIL

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O grande número de animais utilizados em laboratórios durante testes de segurança de medicamentos e cosméticos levou à criação de uma resolução que obriga fabricantes destes produtos a utilizarem de métodos alternativos, reduzindo a quantidade de animais – especialmente roedores. A resolução será considerada obrigatória dentro de três anos, o que deu início a uma corrida das indústrias na busca por métodos alternativos ao uso de animais em suas pesquisas.

A pele artificial já é uma antiga conhecida de pesquisadores, porém sua importação para utilização em nosso país ainda possui muitos problemas, além do agravante de que possui um curto prazo de validade. Por isso, pesquisadores brasileiros uniram-se a fabricantes de cosméticos em busca da criação de um modelo de pele artificial made in Brazil. A pele artificial é produzida a partir de células coletadas de doadores e possui morfologia e fisiologia similares ao tecido natural, podendo ser utilizada, portanto, para diversos testes cutâneos.

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A produção da pele artificial utiliza-se de amostras de queratinócitos e melanócitos humanos. Os queratinócitos são as células responsáveis pela produção da epiderme – camada mais externa da pele – e funcionam como uma barreira protetora em nosso organismo. Já os melanócitos são as células produtoras de melanina – pigmento que nos protege dos raios ultravioleta e confere cor à nossa pele. Além disso, são utilizados também os fibroblastos, células do tecido conjuntivo que sintetizam colágeno e elastina para formar a região mais interna da pele – a derme. 

A pele artificial leva cerca de um mês para ser produzida a partir do cultivo em laboratório das células citadas. Normalmente, durante os testes, os pesquisadores utilizam um pool com células de diferentes doadores, reduzindo as chances de respostas individuais nos experimentos. Além de serem utilizadas para testar a segurança de novos cosméticos e medicamentos de uso tópico, amostras de pele artificial também podem auxiliar no desenvolvimento de novos medicamentos para úlceras e queimaduras da pele, além de facilitar pesquisas para estudo e tratamentos contra melanomas – câncer de pele.

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Por enquanto, o longo tempo utilizado na produção da pele artificial – cerca de 60 dias – ainda é um empecilho. Porém, os pesquisadores estão confiantes de que este tempo será reduzido em breve com o aumento de pesquisas na área e a produção de novos conhecimentos. Esperamos que estas pesquisas continuem a ser desenvolvidas, com a esperança de que ambos – seres humanos e animais de laboratório – possam ser beneficiados!

Fonte: Pesquisa FAPESP.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CAATINGA

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Introdução

Localizada na área mais a leste da América do Sul, a Caatinga ocupa quase 11% do território nacional. Diferente dos demais biomas, ela é exclusiva do Brasil. Não por acaso, sempre é associada à região Nordeste: 98% da sua área está inserida nessa região, estando o restante em Minas Gerais.


Habitada há milhares de anos por grupos indígenas, a “caatinga” é uma palavra de origem tupi-guarani e significa “Mata branca”. Esse nome é uma referência direta ao tronco esbranquiçado das plantas caducifólias, como são chamadas as que perdem suas folhas durante o período de seca.

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Atualmente, vivem mais de 27 milhões de pessoas dentro da Caatinga, sendo a região semiárida mais povoada em todo planeta. Chamados popularmente de Sertanejos, os habitantes locais são personagens de grandes obras literárias brasileiras, como por exemplo, “O Grande Sertão Veredas”, de João Guimarães Rosa.

Além de retratar o sofrimento da população, Guimarães Rosa traz em seus livros elementos importantes da paisagem do Bioma. Dentre os fatores abióticos, destaca-se a alta luminosidade solar, o relevo plano e o solo raso e pedregoso.

Mesmo que todas essas características sejam importantes na representação do Bioma, a Caatinga é muito mais do que o sertão nordestino. Ela abriga biodiversidade e riqueza muito pouco conhecidas pela ciência.

LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO

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Símbolo do banditismo social do séc. XX, Virgulino Ferreira da Silva marcou a história como Lampião. Nascido em 1898 no interior de Pernambuco, Lampião entrou para um bando de cangaceiros antes de completar 18 anos. Pouco tempo depois, se tornou líder do grupo, o qual ganhou destaque nacional sob o seu comando.

Odiado por muitos, especialmente grandes fazendeiros, Lampião conduzia saques violentos. Por conhecer muito bem a Caatinga, conseguia sempre fugir para dentro da vegetação. A dificuldade de se locomover na mata era tamanha que mesmo a perseguição de Lampião tendo se iniciado em 1930, só foi morto em 1938.

CLIMA

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Situada próximo ao Oceano Atlântico, e entre a Mata Atlântica e o Cerrado, a Caatinga tem como principal característica o clima semiárido. Mantendo uma temperatura média de 25 °C, essa região apresenta o menor índice pluviométrico do Brasil, variando em média entre 500 a 700mm anuais.

É importante ressaltar que as chuvas não são constantes nesse Bioma, sendo concentradas entre os meses de dezembro a abril. No restante do ano, entre maio a novembro, ocorre um período de estiagem conhecido popularmente como período de seca.

A existência desse clima semiárido é decorrente do relevo que impede a chegada das massas de ar úmidas para dentro do continente. Cercado de planaltos e chapadas, o interior do Bioma é uma grande depressão, conhecida como Depressão Sertaneja. Dessa maneira, toda chuva acaba sendo barrada nas áreas mais altas, não conseguindo atingir a região central da Caatinga.

Uma das poucas formas constantes de chegada de água para dentro do sertão nordestino é através de rios. Contudo, em decorrência de um solo arenoso e de rápida infiltração, somado às altas temperaturas, poucos corpos hídricos se mantêm no auge da seca. Torna-se então como característica geográfica a presença de inúmeros rios intermitentes.


FLORA

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As características hídricas são fatores fundamentais para toda biodiversidade vegetal na região. Possuindo normalmente características xeromórficas, essas plantas podem ser divididas entre as que armazenam água e as que diminuem a perda de água.

Algumas, como os cactos, por exemplo, unem ambas as adaptações, acumulando água e reduzindo as folhas a espinhos.

Atualmente são conhecidas mais de 3.000 espécies de plantas, sendo quase 25%, endêmicas ao Bioma. Acredita-se que essa diversidade da flora está relacionada tanto com as grandes variações do solo, como com as condições únicas quando comparado com as formações fronteiriças de Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica.

Dessa maneira, a vegetação da Caatinga não é homogênea, podendo ser dividida em duas paisagens distintas.

A mais conhecida dentre os tipos de vegetação é a Caatinga Arbustiva. Ocupando mais de 60% da área do Bioma, essa paisagem tem uma grande diversidade de cactáceas e suas árvores não formam um dossel. Em alguns locais, o emaranhado de árvores forma uma densa mata, chamada de Carrasco.

Em locais mais férteis e com a presença de água, ocorre a Mata Seca. Característica de encostas e de regiões mais altas, e com dossel fechado, essa é a formação vegetal que deu origem ao Bioma. Dependendo da região e da vegetação, as árvores podem atingir mais de 15m e no período de seca podem perder todas as folhas, ou apenas parte delas.

Independente disso, toda a matéria orgânica que acaba caindo no solo entra em decomposição, formando uma fina camada de húmus. Nesse processo, muitos nutrientes acabam sendo reciclados, sendo imprescindíveis para a manutenção da mata seca.

Durante os curtos períodos úmidos, diversas plantas conseguem iniciar ou finalizar seus ciclos reprodutivos. Logo com as primeiras chuvas, milhares de sementes iniciam a germinação, chegando a forrar o chão com novas plantas. Ao mesmo tempo, indivíduos adultos iniciam suas florações e frutificações, que irão gerar sementes para o ano seguinte.

Todos os processos devem ocorrer em um intervalo de tempo curto, porque tanto os primeiros dias dos brotos de plantas, como a produção de flores e frutos, têm gastos energéticos significativos. Ou seja, nessas etapas da vida das plantas, o metabolismo necessita de uma demanda muito grande de nutrientes e de água para serem repostos.

Não o bastante, é também no período de chuvas que grande parte dos animais voltam à atividade no Bioma. Iniciando a floração, muitos insetos acabam indo se alimentar nas flores, polinizando as plantas. Quando os frutos estão formados, estes servem de alimento para diversos animais, que acabam dispersando as sementes.

FAUNA

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Embora uma biodiversidade animal menor que as regiões florestais, a Caatinga é uma das regiões semiáridas mais diversas do mundo. São reconhecidas mais de 1000 espécies de vertebrados e inúmeras de invertebrados. Muitas ainda não conhecidas pela ciência.

Destaca-se também que assim como as plantas, muitas espécies de animais são exclusivas desse Bioma, especialmente no grupo dos peixes. São conhecidas 240 espécies que habitam a Caatinga. Dessas, 136 são exclusivas desse Bioma.

Nos rios intermitentes, os peixes mantêm o padrão de pequeno porte, medindo alguns centímetros. Durante o período de seca, esses animais se concentram em poças de água ou acabam se enterrando e mantendo o metabolismo lento.

Com a chegada das chuvas e a volta dos rios, se inicia a época de reprodução da maior parte das espécies, gerando milhares de ovos. Dentre as principais adaptações de sobrevivência do embrião, estão a resistência dos ovos e o lento desenvolvimento, podendo durar quase um ano completo.

Igualmente, outros grupos de vertebrados também são habituados à vida na seca, se deslocando para diferentes regiões ao longo do ano. Esse comportamento é característico de mais da metade de quase todas as 510 espécies de aves da Caatinga.

Durante os meses mais secos, essas aves acabam voando para as regiões de mata seca, em busca de uma maior umidade e alimento. Essa migração também pode ocorrer em longas distâncias, como por exemplo, o Bigodinho, que voa até a Venezuela, todos os anos.

Entretanto, alguns grupos não conseguem se deslocar por tantos quilômetros, sendo mais suscetíveis às mudanças climáticas anuais. Dentre esses estão os répteis, sendo representados por 116 espécies.

Divididos entre jacarés, quelônios, lagartos e serpentes, esses dois últimos grupos representam 90% das espécies de répteis encontradas. Dentre as regiões mais importantes para esse grupo, estão as Dunas do São Francisco, no interior da Bahia. Nessa região vivem mais de 1/3 das espécies de lagartos da Caatinga, muitas delas endêmicas.

Em contraponto, os mamíferos presentes na Caatinga são em suma maioria encontrados em outros Biomas. Das 143 espécies encontradas, apenas 19 delas são exclusivas da região semiárida brasileira. Mesmo sempre sendo o grupo mais lembrado pela população em geral, pouco se sabe sobre o comportamento desses animais em períodos de seca.

Dispersos em todas as paisagens do Bioma, os mamíferos e os sertanejos sempre tiveram uma relação muito próxima. Diversas lendas, cordéis e músicas são inspirados nos hábitos desses animais. Ao mesmo tempo, muitos mamíferos são amplamente caçados. Por isso, diversas espécies estão ameaçadas de extinção.

CHAPADA DO ARARIPE, LAR DOS DINOSSAUROS BRASILEIROS

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Com milhares de fósseis já descobertos, a Chapada do Araripe é uma das regiões mais importantes da pré-história do Brasil. Além de abrigar um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, essa área, localizada entre os estados do Ceará e Pernambuco, também conta sobre as mudanças climáticas da Caatinga.

Há aproximadamente 130 milhões de anos, quase todo nordeste brasileiro era oceano, sendo a Chapada um grande litoral. Constituída por uma incrível fauna, pisaram na região mais de 300 espécies de dinossauros e um dos maiores pterossauros do mundo, medindo mais de 5 metros de envergadura!

ANIMAIS COMUNS

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 Tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus)


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Tijubina-da-caatinga (Ameivula ocellifera)


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Ararinha-azul (Cyanopsitta spixxi)

IMPACTOS

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Sofrendo desmatamentos intensos desde o século XVI, a Caatinga mantém menos de 53% da sua cobertura original. Semelhante aos demais Biomas, com exceção da Amazônia, as destruições são distribuídas em todas as regiões, criando ilhas de biodiversidade, isoladas entre si.

Em decorrência da fragmentação da vegetação, reduzindo territórios, diversas espécies não conseguem manter suas populações viáveis, levando a extinções locais. Fora das ilhas, os solos se tornam mais instáveis sem a presença de plantas, levando à desertificação local.

Todos esses problemas são agravados pela realidade social da região. Além de extremamente povoada, grande parte da sua população constitui as camadas mais pobres do Brasil, gerando sérios problemas de desigualdade social.

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Com isso, se mantém comum a extração de madeira e a caça para fins de subsistência. Ao mesmo tempo, as queimadas ainda são uma prática muito comum, especialmente para abertura de áreas agrícolas, sobretudo na plantação de monoculturas.

Entre as consequências globais, o aumento da emissão de óxidos de carbono, somado à diminuição da vegetação, contribuem com o aquecimento global.

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Sendo amplamente aceitos dentro da comunidade científica, os efeitos nocivos das mudanças climáticas, de modo geral, aumentarão as temperaturas no Nordeste, diminuindo o período de chuvas.

Especificamente sobre os impactos na Caatinga, o aumento dos dias secos, somados ao aumento de temperatura média terão impacto direto na biodiversidade.

Sem água suficiente, grande parte da biodiversidade acabará extinta da região, gerando um clima árido, com a dominância quase absoluta de cactáceas.

Atualmente, apenas 7,5% do território da Caatinga está protegido na forma de Unidades de Conservação. Ela é uma das regiões menos protegidas do Brasil. Um dos casos mais emblemáticos da ausência de proteção nesse Bioma foi à extinção da Ararinha-azul, no ano 2000.

Desde então, tem existido um esforço internacional para reintrodução dessas aves, com indivíduos de zoológico. Ações como essas, assim como o aumento progressivo das áreas protegidas e dos investimentos em educação ambiental, vêm reduzindo a destruição do Bioma e mudando lentamente a realidade local.

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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

A TUA VELHICE VAI CHEGAR. E VOCÊ JÁ PENSOU NISSO?

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Há duas coisas as quais muito me aborrecem no tratamento humano. Uma é quando percebo que maltratam uma criança. Seres, em sua totalidade, indefesos e por isso mesmo chamados pela legislação de incapazes (de se defender adequadamente pelo menos). A outra coisa que me tira do sério é ver maltrato dirigido a idosos. E quanto mais idosos e carentes ou humildes forem, maior será a minha indignação.

As crianças possuem muitos órgãos e entidades voltados para a sua defesa e amparo, muito embora ainda reste muito a ser feito em prol das mesmas. Contudo, os idosos, ainda que tenha havido alguns avanços tanto na legislação como na ação em favor dos mesmos, estes ainda são quase que esquecidos pela grande massa que não só os ignora, e às vezes os trata como “invisíveis”, como também os poucos direitos ora conquistados lhes são surrupiados de forma cínica e desonesta.

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Esquece-se quem maltrata idosos que, se também tiver a graça de viver muito e não morrer jovem, um dia também será como eles hoje o são. Mal sabem eles que as gerações futuras, se nada for feito AGORA, tendem a serem ainda mais impiedosas, frias e indiferentes no trato com os mais velhos. E se eu fosse um pouco mais jovem não me preocuparia apenas em ter um bom plano de previdência para aposentadoria. Eu me tornaria ativista em prol do respeito aos idosos e desenvolveria também um bom plano de relacionamento para lidar com os jovens.

Não falo dos netos e filhos de amigos próximos ou netos desses. Não! Não mesmo! Falo dos jovens que ainda nem nasceram e que serão aqueles que poderão "abusar” de nós, por meio de atos de "bullying" contra a velhice, nos desrespeitando, humilhando ou tratando como “escória social”. Creio que se forem educados agora estes poderão ser nossos legítimos defensores, os quais nos olharão com respeito e verão em nós, exemplo, dignidade, sabedoria e experiência de vida, dignas de serem almejadas em suas vidas e nos considerarão aptos para lhes ensinar algo de valor pessoal. Mas se nossa ambição nisso for menos, que ao menos simplesmente nos respeitem por perceberem que também somos seres humanos como eles. Apenas mais vividos e envelhecidos que eles... Por enquanto!

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Por outro lado, a postura desrespeitosa, acintosa, e diria até um tanto atrevida, de alguns idosos que agem como "presunçosos etários", achando que o mundo tem que se curvar aos seus pés por conta da sua idade, dificulta a construção desse diálogo entre as gerações numa aproximação saudável e produtiva entre o que está começando a aprender de fato e o que deseja viver o fato.

Isso é fato social: se não morremos, todos ficaremos velhos. Prepare-se para isso, já!

Autor: Dr. Teobaldo Pedro – Filósofo, Educador, Teólogo e Psicanalista.

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HIDROPONIA: AS PLANTAS QUE NÃO PRECISAM DE SOLO

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Plantas que se desenvolvem fora do solo? Isso existe? A resposta é sim! O nome da técnica é hidroponia, e nela as plantas são cultivadas na água e recebem os nutrientes necessários através de soluções.

Você já parou para pensar se é possível cultivar plantas sem utilizar a terra? Parece meio estranho pensar nisso, não? Afinal, onde as plantas ficam fixadas, se não existe solo nessa história toda? Bom, a técnica existe e recebeu o nome de hidroponia (do grego, trabalho na água)! As plantas que são cultivadas na água recebem os nutrientes através de soluções que suprem as necessidades para o seu desenvolvimento. Apesar de não ser um termo presente em nosso cotidiano, à técnica não é recente: os primeiros experimentos utilizando a hidroponia foram desenvolvidos em 1860.

Bom, mas será que é vantajoso cultivar plantas na água? Apesar das plantas serem cultivadas na água, não existe desperdício: o ambiente protegido diminui a evaporação, a água fornecida é reutilizada várias vezes e não há perda de nutrientes e de substrato por lixiviação (perda de nutrientes do solo causada por chuvas e infiltrações). O sistema hidropônico em que as plantas são cultivadas propicia a diminuição do uso de agrotóxicos, pois impede a entrada de pragas, insetos e possíveis vetores de doenças. Além disso, o mesmo ambiente que protege as plantas das pragas, as protege também de fenômenos naturais, como geadas, chuvas e frio excessivo. A técnica ainda propicia uma produção fora de época, graças às condições criadas pelo sistema. Além disso, ainda tem a alta qualidade dos produtos produzidos, já que estes quase sempre são orgânicos.

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Em países como a Holanda, a Alemanha, Itália, entre outros, a hidroponia é bastante difundida. No Brasil, a técnica é pouco utilizada, e a região com maior produção hidropônica é a sudeste. A técnica pode ser uma alternativa nas regiões de clima semiárido do Brasil, onde existe escassez de chuvas e solo pobre em nutrientes. Apesar de muitas vantagens, as principais limitações para a utilização da técnica seriam um alto custo inicial, o risco de perda da cultura por falta de energia elétrica e a falta de mão de obra especializada. Por esse e outros motivos, faz-se necessária à divulgação de materiais com linguagem de fácil compreensão que possam diminuir as dúvidas e resistência da população brasileira, aumentando a aceitação de sistemas hidropônicos no Brasil.

Fonte: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – PE.

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DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

  Por ocorrência do aumento da população mundial e, consequentemente, a busca pela sobrevivência e melhoria na qualidade de vida dos seres v...