quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

CÉLULAS DE MULHER QUE MORREU EM 1951 SALVAM VIDAS ATÉ HOJE

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Tudo começou quando, em 1951, Henrietta Lacks, uma mulher norte-americana, de origem humilde, começou a sentir fortes dores no útero. Diagnosticada com câncer cervical (no colo do útero), seu tumor surpreendeu os médicos pela velocidade com que se multiplicava.

Henrietta não resistiu ao câncer e morreu ainda no mesmo ano, mas deixou um legado para a ciência. Enquanto sua família sofria a dor da sua perda, um novo capítulo se iniciou no mundo das pesquisas médicas.

Durante sua cirurgia, uma amostra do seu tumor foi retirada sem autorização. Desde então, as células de Henrietta – que foram batizadas de HeLa em referência às iniciais de seu nome – circulam por laboratórios de todo o mundo e são usadas para pesquisas científicas, tendo se tornado as primeiras células imortais da história.

Células humanas somáticas normais em cultura possuem um potencial de divisão limitado, já que os telômeros são encurtados a cada divisão celular, o que implica no envelhecimento da célula. Os telômeros são segmentos de DNA encontrados nas extremidades dos cromossomos e responsáveis por manter a estabilidade estrutural do material genético.

Ao final de cada divisão celular, os telômeros perdem partes de sua estrutura, até o momento em que, após diversas divisões, estes se tornam pequenos demais para protegerem os cromossomos. Quando isto acontece, as células perdem a sua função ou morrem, encurtando o tempo de vida do organismo.

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Já as células de Henrietta possuem a capacidade de serem cultivadas indefinidamente em laboratório. Isso porque elas expressam a enzima telomerase, que impede o encurtamento dos telômeros. Para se ter uma ideia, as células de Henrietta já vivem há mais tempo fora do que viveram dentro do seu corpo durante a vida.

Por conta de suas características únicas, as células HeLa já permitiram o desenvolvimento de vacinas (inclusive a primeira vacina contra a poliomielite) e tratamentos para diversas doenças. Elas também já foram até levadas para o espaço para tentar entender o que ocorreria com as células humanas em situações de gravidade zero.

Atualmente, as HeLa são comercializadas diariamente em todo o mundo, gerando milhões de lucro. E a família Lacks? Os familiares só descobriram que parte de Henrietta estava viva anos mais tarde. Ao mesmo tempo em que ficaram orgulhosos pelas células de Henrietta terem salvado milhares de vidas, se sentiram desrespeitados e lesados por nunca terem sido consultados. Em 2013, a família conquistou o controle parcial sobre o acesso de cientistas ao código de DNA das células de Henrietta. Entretanto, eles ainda lutam na justiça por uma indenização.

Isso levanta uma interessante reflexão sobre a ética: vale tudo pelo avanço da ciência? O que você acha disso?

Fontes: Biogerontology; New York Times.

God bless you!
See you later. Take care!

6 comentários:

  1. Caso bem complexo. Pois por uma parte os cientistas foram anti éticos, mais por consequência disso salvaram milhares de vidas. No entanto, ao meu ver os familiares teriam que ser consultados antes de se tomar uma decisão assim.

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  2. A ciência,às vezes,não tem limites para chegar ao seu objetivo final, utilizando princípios e meios que tornaram possíveis problemas no futuro.

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  3. Foi muito interessante o fato ocorrido, porém é uma falta de ética dos cientistas. E mais que nunca a família tem esse direito de ter uma indenização satisfatória, porque foi um avanço para mudar humanidade e beneficiou várias pessoas.

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