Tudo
começou quando, em 1951, Henrietta Lacks, uma mulher norte-americana, de origem
humilde, começou a sentir fortes dores no útero. Diagnosticada com câncer
cervical (no colo do útero), seu tumor surpreendeu os médicos pela velocidade
com que se multiplicava.
Henrietta
não resistiu ao câncer e morreu ainda no mesmo ano, mas deixou um legado para a
ciência. Enquanto sua família sofria a dor da sua perda, um novo capítulo se iniciou
no mundo das pesquisas médicas.
Durante
sua cirurgia, uma amostra do seu tumor foi retirada sem autorização. Desde então,
as células de Henrietta – que foram batizadas de HeLa em referência às iniciais
de seu nome – circulam por laboratórios de todo o mundo e são usadas para
pesquisas científicas, tendo se tornado as primeiras células imortais da
história.
Células
humanas somáticas normais em cultura possuem um potencial de divisão limitado,
já que os telômeros são encurtados a cada divisão celular, o que implica no
envelhecimento da célula. Os telômeros são segmentos de DNA encontrados nas
extremidades dos cromossomos e responsáveis por manter a estabilidade
estrutural do material genético.
Ao
final de cada divisão celular, os telômeros perdem partes de sua estrutura, até
o momento em que, após diversas divisões, estes se tornam pequenos demais para protegerem
os cromossomos. Quando isto acontece, as células perdem a sua função ou morrem,
encurtando o tempo de vida do organismo.
Já
as células de Henrietta possuem a capacidade de serem cultivadas indefinidamente
em laboratório. Isso porque elas expressam a enzima telomerase, que impede o
encurtamento dos telômeros. Para se ter uma ideia, as células de Henrietta já vivem
há mais tempo fora do que viveram dentro do seu corpo durante a vida.
Por
conta de suas características únicas, as células HeLa já permitiram o
desenvolvimento de vacinas (inclusive a primeira vacina contra a poliomielite)
e tratamentos para diversas doenças. Elas também já foram até levadas para o
espaço para tentar entender o que ocorreria com as células humanas em situações
de gravidade zero.
Atualmente,
as HeLa são comercializadas diariamente em todo o mundo, gerando milhões de
lucro. E a família Lacks? Os familiares só descobriram que parte de Henrietta
estava viva anos mais tarde. Ao mesmo tempo em que ficaram orgulhosos pelas
células de Henrietta terem salvado milhares de vidas, se sentiram
desrespeitados e lesados por nunca terem sido consultados. Em 2013, a família
conquistou o controle parcial sobre o acesso de cientistas ao código de DNA das
células de Henrietta. Entretanto, eles ainda lutam na justiça por uma
indenização.
Isso
levanta uma interessante reflexão sobre a ética: vale tudo pelo avanço da
ciência? O que você acha disso?
Fontes: Biogerontology; New York
Times.
God bless you!
See you later. Take care!
Caso bem complexo. Pois por uma parte os cientistas foram anti éticos, mais por consequência disso salvaram milhares de vidas. No entanto, ao meu ver os familiares teriam que ser consultados antes de se tomar uma decisão assim.
ResponderExcluirConcordo, Jardel, com você! Obrigado!
ExcluirA ciência,às vezes,não tem limites para chegar ao seu objetivo final, utilizando princípios e meios que tornaram possíveis problemas no futuro.
ResponderExcluirPois é, Geovana, concordo com você! Obrigado!
ExcluirFoi muito interessante o fato ocorrido, porém é uma falta de ética dos cientistas. E mais que nunca a família tem esse direito de ter uma indenização satisfatória, porque foi um avanço para mudar humanidade e beneficiou várias pessoas.
ResponderExcluirParabéns pelo seu comentário! Arrasou! Obrigado!
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